Desembarcando na Ilha do Marajó

VIAGEM À AMAZÔNIA – Parte 3


A Ilha de Marajó é o maior pedaço de terra do mundo banhado simultaneamente por águas marítimas e fluviais. Ao longo da sua vastidão, mantém exuberantes riquezas naturais, além de ter sido berço da peculiar cultura marajoara, que se destacou, entre outras particularidades, por possuir a mais bela cerâmica dentre as já produzidas por povos indígenas em solo brasileiro. Para quem viaja à Amazônia, a Ilha de Marajó torna-se um passeio bastante viável a partir de Belém, de onde saem barcos regulares rumo ao porto de Camará, acessível após três horas de navegação pelo rio Amazonas, a partir da capital paraense.

Então, no dia 05/05/12, caí da cama às cinco da manhã para tomar um táxi até o porto de onde partiria o navio das 06:30 para o Marajó. Cheguei a tempo de comprar a passagem, juntamente com uma deliciosa tapioca “pra viagem”, que acabei devorando antes mesmo de ir a bordo


Foto 056 – Praias de rio, matas, campos, lagos, manguezais e igarapés são algumas das riquezas naturais que a ilha de Marajó oferece. Por tudo isso, é um passeio especialmente interessante aos amantes do ecoturismo.


Foto 057 – Deixando Belém para trás, no barco que partiu enquanto o sol ainda lançava os primeiros raios do dia sobre a grande metrópole paraense.


Foto 058 – No deck inferior do barco, alguém tomava seu café da manhã com bolo de macaxeira, uma excelente combinação, diga-se de passagem!


Foto 059 – Logo que se coloca os pés no Marajó, você percebe o porquê do lugar ser conhecida como “a terra dos búfalos”. No lado leste, separadas por um rio, estão as principais cidades da ilha: Salvaterra e Soure.


Foto 060 – O mercado municipal de Soure, que apesar de não se comparar com o grandioso Ver-o-Peso, de Belém, não deixa de ter o seu charme.


Foto 061 – Uma característica sempre presente nos mercados da Amazônia é a rica variedade de produtos naturais, especialmente as frutas, sendo que muitas delas dificilmente são encontradas em qualquer outra região do Brasil.


Foto 062 – Outra coisa que um morador da região o sul não está habituado a ver pelas ruas das suas cidades são pés de manga carregados por toda parte.


Foto 063 – A 500 metros do centro de Salvaterra fica a Praia Grande, especialmente atraente de manhã bem cedo, quando eu ainda era o seu único frequentador.


Foto 064 – As areias castanhas da Praia Grande são banhadas pelas águas tranquilas do Rio Amazonas.


Foto 065 – Um estabelecimento que soube tirar proveito do lugar encantador.


Foto 066 – Depois de alguns minutos caminhando por um trecho com alguma infraestrutura, acabei chegando a um ponto mais afastado da praia, já completamente deserta. Tudo que se encontrava por lá eram restos de barcos abandonados, que acabavam sendo engolidos pela areia.


Foto 067 – Mais alguém aproveitando o marasmo de uma bela manhã ensolarada.


Foto 068 – Esse lugar só pode ter sido um presente Dele.


Foto 069 – Fazenda São Jerônimo - Soure. A Ilha de Marajó dispõe de muitas atividades em meio à natureza, como os passeios oferecidos nas fazendas da região, que ao atrelarem a cultura da agropecuária ao turismo, dão aos visitantes a possibilidade de conhecer um pouco mais do modo de vida local.


Foto 070 – Verdadeiros símbolos do Marajó, os búfalos podem ser vistos em grandes manadas nas extensas planícies da ilha ou até mesmo nas áreas urbanas, onde chegam a ser usados como montaria pela polícia. Aqui, na Fazenda São Jerônimo, carregam os turistas em um tranquilo passeio pela propriedade.


Foto 071 – Esta foto, tirada por um dos peões da fazenda, acabou privando o pobre búfalo das suas pernas. Mas vá lá, ela transmitiu a mensagem, então está valendo...


Foto 072 – Deixemos, portanto, o simpático senhor a cargo do comando da canoa, onde ele claramente detém maiores habilidades.


Foto 073 – Chegamos ao ponto onde a mata encontrava o leito do rio, formando uma praia de visual peculiar, com resquícios de mangue enfeitando a faixa de areia.


Foto 074 – Árvores enormes com suas raízes aéreas, adaptadas para áreas alagadiças.


Foto 075 – Saindo pela porteira da fazenda São Jerônimo, peguei um moto táxi até a praia do Pesqueiro, a mais popular de Soure.  Pouco tempo após minha chegada, eis que o céu escurece e o vento começa a agitar os coqueiros, sinal de que mais uma chuva equatorial estava para desabar.


Foto 076 – Todos correm para se abrigar do aguaceiro iminente. Já esse búfalo não parecia dar a mínima.


Foto 077 – Aliás, como esses bichos parecem gostar de água! Nos meses mais quentes dificilmente dispensam um bom banho e adoram ficar de molho, como este que se esbaldava em uma praia na pacata vila de Joanes. E tem como ser diferente? Eu, se fosse obrigado a andar eternamente com uma capa preta nas costas debaixo desse sol, provavelmente faria o mesmo. 

Foto 078 – Mas vamos a Joanes então. O lugar é uma vila, 18 km ao sul de Salvaterra. Passei um dia inteiro por lá, curtindo doses cavalares de isolamento e sossego.


Foto 079 – Eu não podia ver uma curva adiante, que já ficava curioso para ir descobrir onde aquilo ia dar. Obviamente nunca dava em lugar algum, mas a beleza era onipresente e isso é o que realmente importava.  


Foto 080 – Eventualmente meus caminhos cruzavam com o de algum habitante local, como esses garotos conduzindo pela praia uma carroça cheia de apetrechos de pesca e puxada por um búfalo.


Foto 081 – Esses sim eram companhias constantes: barcos “hibernando” sobre a areia na maré baixa de Joanes.


Foto 082 – Uma âncora lançada horas atrás, agora apenas fingia segurar bravamente o seu barco, que de qualquer forma não iria a lugar algum.


Foto 083 – A grande amplitude da maré marajoara é essencial para o funcionamento desta armadilha para peixes.


Foto 084 – Joanes é um vilarejo histórico e a igreja de Nossa Senhora do Rosário, do século XVII, marca o local onde padres Jesuítas certa vez se instalaram.


Foto 085 – Perto daquela igreja jesuíta já chegou a existir um ancoradouro para navios que costumavam fazer escala por aqui, antes de seguirem para Belém. Eram outros tempos, quando o lugarejo deve ter sido bem mais movimentado do que é hoje.


Foto 086 – E com este passeio pelas ruínas jesuíticas de Joanes, encerravam-se meus três dias na Ilha do Marajó. Na manhã seguinte, bem cedo, o expresso Camará – Belém já me aguardava no atracadouro, pronto para zarpar.


Comentários

  1. Rob,

    Parabéns! Formidáveis as cores da primeira foto, continuo na escuta... (quanto a sua lente eu acabei desistindo vou ficar mesmo com minha tokin 11-16 2.8f, a sua lente é muito boa, mas é escura, eu tiro muitas foto sem ambientes fechados...)

    grande abraço,

    Nilson soares

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    1. Legal Nilson, essa Tokina é muito elogiada nos reviews, sem dúvida uma excelente aquisição.
      Abraço e obrigado pela força!

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  2. Moro um pouco longe da ilha; mas um dia vou conhece-lá; se Deus quiser! continue aventureiro, eu também sou um aventureiro. que gosta de andar mudo afora. abraço

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  3. Soure e Salvaterra nao sao banhsdas pelo Rio Amazonas. Assim como Belem tambem nao eh banhada pelo Amazonas. Belem fica as margens da Baia do Guajara e do Rio Guama, e chega- se ao Marajo atravessando a Baia do Marajo. O Rio Amazonas passa pela Ilha do Marajo, onde desemboca no Oceano Atlantico, na contra costa da Ilha, mais ao Norte, entre a Ilha e o Amapa. O arquipelago eh mesmo lindo e Soure, considerada a sua " capital" eh uma cidade encantadora!

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    1. Obrigado pelos ajustes. Eu até tinha consultado o mapa e visto essa questão da Baía do Marajó, mas tinha ficado na dúvida.

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  4. Olá Robson, o diferencial e a qualidade das suas fotos é impressionante quando comparadas à outras fotos tiradas nos mesmos locais. Por exemplo, comparei sua fotos lá do Atacama com fotos de outros sites do mesmo local. Para mim, a superioridade de suas fotos é absurda, que não sei bem explicar. A gente fica ali parado, contemplando, olhando pra elas e elas nos hipnotizando. Tudo bem que entendo pouco de fotografia ! Aliás, seu tópico Dicas de Fotografia me motivou a saber mais. Parabéns pela didática e objetividade do texto. Nas fotos 056 e 074 acima, por exemplo, me dá a impressão que voce usou alguma lente especial (uma grande-angular ?!) para captar um ângulo mais amplo -parece que captou 180 graus na vertical - além das cores vivas/quentes. Digamos que estou indo do básico ao intermediário no assunto fotografia mas, me diz, voce usou alguma lente ou ajuste especial naquelas fotos ? Desculpe a extensão do comentário/dúvida, mas foi inevitável. Obrigado-Alexandre-Foz do Iguaçu-PR.

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    1. Oi Alexandre. Primeiramente obrigado pelo elogio às fotos, fico contente com o feedback positivo. Respondendo a sua pergunta, sim, eu usei uma lente grande angular para fazer varias dessas fotos, mais especificamente ema Sigma 8-16mm que é meu xodó. No mais basta caprichar no enquadramento e usar os ajustes certos da câmera, aliado a um ou outro pós processamento para corrigir contraste e balanço de cores.

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  5. Suas fotos são lindas, amo meu Pará! Pena que poucos brasileiros conhecem e valorizam nossa cultura... Parabéns!

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    1. Obrigado. E no que depender de mim a cultura paraense será sempre valorizada!

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  6. Paraíso lugar espetacular amo de mas minha terra "Joanes"

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  7. Muito bom relato. Murilo Leite

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