UM PASSEIO PELOS CANYONS DE BARRANCAS DEL COBRE | Viagem ao México – Parte final
De volta ao aeroporto da Cidade do México, na manhã seguinte à devolução do carro com o qual tínhamos percorrido boa parte do país, tomamos um voo doméstico para a cidade de Los Mochis, no litoral norte, onde embarcaríamos em um tradicional passeio de trem pelas Barrancas del Cobre, uma das mais belas e remotas regiões do cenário natural mexicano. O percurso é realizado pelo único trem de passageiros do México, que liga a cidade de Chihuahua, nas proximidades do Estado norte americano do Texas, ao litoral do Pacífico, em uma belíssima viagem de 14 horas com vistas espetaculares para uma sequência de montanhas e cânions, que faz deste passeio, segundo a opinião de alguns, uma das mais belas viagens ferroviárias do continente.
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Foto 176 - As Barranca del Cobre são um conjunto de cânions localizados na Sierra Madre Ocidental, no Estado mexicano de Chihuahua, um complexo quatro vezes maior – e em algumas partes também mais profundo, que o Grand Canyon dos Estados Unidos. O nome do lugar originou-se a partir de um equívoco dos espanhóis que, ao adentrarem a região no século XVI, julgaram que a cor esverdeada das encostas do cânion devia-se à presença do minério de cobre nestas terras.
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Foto 177 – Aí está a locomotiva da Ferromex, a companhia que assumiu os serviços na ferrovia Chihuahua– Pacífico, (Chepe para os íntimos) após sua a privatização em 1998. É de longe a maneira mais popular de se visitar a região dos cânions do norte mexicano.
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Foto 178 – Aguardamos o trem na estação ferroviária de El Fuerte, a primeira parada após Los Mochis. Diariamente dois trens partem bem cedo dos pontos finais da ferrovia, vindo a se cruzar algumas horas depois, mais ou menos na metade do percurso.
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Foto 179 - A linha de ferro de 670 km contém 39 pontes e 86 túneis. Tudo isso começou a ser construído ainda nos últimos anos do século 19, mas dificuldades relacionadas à complexidade do projeto atrasaram as obras, de tal forma que elas só foram inteiramente completadas em 1961.
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Foto 180 - O trem segue um caminho tortuoso que parte do nível do mar em Los Mochis, mas que chega a atingir 2.400 metros no seu ponto mais alto, próximo a estação Divisadero. Lá a composição faz uma pausa de 20 minutos para que os passageiros possam apreciar vistas privilegiadas do cânion a partir de um mirante.
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Foto 181 - O vagão turístico tinha poltronas confortáveis e excelentes janelas panorâmicas, mas existia a possibilidade de se permanecer na parte posterior entre vagões - diga-se de passagem, lugar barulhento e cheirando à fumaça. Por outro lado, a posição oferecia vento no rosto e uma sensação de contato direto com o ambiente. Adivinhem onde viajei a maior parte do tempo?
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Foto 182 - Viajamos 4 horas até Cerocahui, um vilarejo colonial com menos de 1.000 habitantes, fundado no ano de 1680 por missões Jesuítas e acessível após 15 km em estrada de terra a partir da estação ferroviária de Bahuichivo.
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Foto 183 - A bem preservada igreja missionária de Cerocahui que data do século 17, sem dúvida uma das mais bonitas de toda a região dos cânions.
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Foto 184 – Na manhã seguinte realizamos um passeio até o Cerro Gallego, um ponto privilegiado para se observar toda a beleza do Cânion Urique, nos arredores de Cerocahui.
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Foto 185 - O Cânion Urique, com seus 1.879 metros, é o mais profundo dentre todos os que formam o complexo da Sierra Madre Ocidental.
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Foto 186 - Os habitantes nativos da região são os índios Tarahumara, ou Raramuri, como eles mesmos se denominam. Via de regra, continuam a viver em seus locais de origem e preservando o modo de vida que, muito devido ao isolamento de suas terras, pouco mudou com o passar do tempo.
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Foto 187 – Ao final da manhã já era hora de retornarmos à estação de Bahuichivo para seguir viagem. Como passa um trem a cada 24 horas, embarcamos na composição seguinte que seguia em direção à Chihuahua, no mesmo horário em que havíamos chegado na véspera.
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Foto 188 – Mas ao invés de seguirmos até o fim da linha, saltamos na estação seguinte - Posada Barrancas, onde nos hospedamos no Hotel Mirador, um lugar que leva bastante a sério o conceito “janela com vista panorâmica”.
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Foto 189 – Fica a dica: durante a madrugada, vale enfrentar o frio e sair na varanda para observar o céu noturno desse lugar, que talvez seja um dos mais estrelados do país.
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Foto 190 – Caminhada matinal pelos arredores do hotel, enquanto o café da manhã não ficava pronto. |
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Foto 191 – E depois do café, que tal um passeio nas alturas, pendurado a centenas de metros sobre o cânion?
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Foto 192 - Digamos que existem duas modalidades de passeio. Na mais “comportada”, a pessoa atravessa o precipício a bordo desse bondinho, em um percurso de 2,8 km.
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Foto 193 - Já a outra modalidade, um pouco mais arrojada, consiste em percorrer um conjunto de sete tirolesas, onde você desliza a centenas de metros sobre o abismo, pendurado em um cabo de aço através de um mosquetão e uma roldana.
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Foto 194 – Na maior dessas tirolesas, que supera 1 km de extensão, a velocidade do cidadão passa dos 80 km/h.
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Foto 195 - Para transitar entre as tirolesas, o caminho já não é nenhum tapete vermelho.
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Foto 196 – Lembrando que não convém ficar balançando a ponte pênsil para sacanear o colega medroso. |
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Foto 197 – Foi tudo muito divertido e bom enquanto durou. Mas pelas 13h precisamos nos despedir desse visual e pegar o trem que retornava em direção à Los Mochis.
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E após passar a noite na cidade, iniciamos o último dia da viagem, inteiramente ocupado pelas conexões e os voos de volta para casa. Terminava assim a nossa viagem de lua-de-mel pelo México, três semanas intensas, não exatamente uma “viagem romântica” coberta de mimos para o casal, mas por outro lado, uma viagem repleta de experiências e vivências, três semanas muito bem aproveitadas, como era de se esperar em se tratando de um país com tanto a oferecer. E depois de tudo isso, o que mais eu poderia dizer?
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Fique atento: na próxima semana, um capítulo especial com toda a ficha técnica da viagem: custos, roteiro, detalhes do planejamento e muitas outras informações práticas dos bastidores, super úteis para qualquer planejamento de viagem.
Muito bom!
ResponderExcluirAguardando o próximo post.
Lindo! Mas não faltou a cidade do Zorro?
ResponderExcluirNão tenho boas fotos de El Fuerte, então ela acabou não sendo muito abordada.
ExcluirParabéns pelas informações detalhadas e imagens primorosas desse país fabuloso que é o México. Felizmente no mês que vem vou conhecê-lo, embora não vá rodar tanto quanto vocês...Adorei o blog! Felicidades para vcs e muitas outras belas viagens juntos neste planeta lindo, onde todos somos viajantes......Bjs! Rose
ResponderExcluirMuito obrigado Roseane e desde já lhe desejo uma ótima viagem pelo México. Grande abraço e volte sempre por aqui!
ExcluirCara, demais essa trip, estou planejando fazer esse em Janeiro 2015, você pode me dar algumas dicas?hotel ou hostels durante o trajeto?custo?
ResponderExcluirAbraço,
Olá Felipe. Você já viu a ultima postagem desta série do México? É um especial só com informações práticas, como custos, cronograma, etc. Acho que vai ser bem útil para o seu planejamento. Abraço!
ExcluirOlá! Adorei seu relato. Estou indo para o México em 2015. Vou de Cidad do México a Cancun de carro. Você pode me indicar cidades para pernoite no caminho? Quero chegar lá em no máximo 3 dias.
ResponderExcluirObrigada!!
Natalia, para uma viagem mais rápida entre as duas cidades o melhor é ir via Ciudad del Carmen e Merida, não necessariamente parando nessas duas cidades, poderia dividir a kilometragem igualmente entre os dias que pretende gastar. Mas se tiver um pouquinho mais de tempo pode ser mais interessante ir via Oaxaca, San Cristobal de las Casas e Palenque, mas nesse caso as estradas são mais sinuosas e exigem mais calma e atenção.
ExcluirRobson, me interessei bastante pelo passeio de trem e pelo lugar da tirolesa onde vocês pernoitaram. Gostaria de mais informações, você tem? Tipo, como é o bilhete? Tem mais cidades pelo caminho que dá pra visitar? Pode descer em uma cidade e dormir e no dia seguinte ou dois dias após pegar outro trem com o mesmo bilhete? Tem mais informações sobre essa cidade que você falou neste post? obrigado
ResponderExcluirOlá colega. Há sim outras cidades no caminho e vc pode conhecer cada uma delas no trajeto. Recomendo dar uma olhada no site deles: (viajesbarrancasdelcobre.com) onde vai encontrar todas as informações atualizadas sobre o passeio, como preços, mapas, etc. Comigo foram sempre muito solícitos e respondiam sempre todos os emails, foi bem fácil ajeitar tudo.
ExcluirBom dia,
ResponderExcluirParabéns pelo post muito bem ilustrado.
Você pode com o mesmo bilhete sair do trem, dormir em uma cidade e pegar o trem novamente no dia seguinte? Ou voce teve que pagar algo a mais?
Oi Carolina. Dá uma olhada no comentário acima, tem a resposta à sua pergunta. Mas quanto à variação ou não do preço da passagem por descer em pontos intermediários sugiro verificar direto com a operadora da ferrovia (http://www.chepe.com.mx). Se optar por contratar um pacote com hoteis nas cidades intermediárias pela Balderrama tours eles compram as passagens de trem para vc.
ExcluirComplementando, segundo o site da ferrovia, se você viajar de primeira classe poderá descer em até três estações diferentes sem custo adicional na passagem. No entanto precisará pernoitar no mínimo uma vez em cada parada, continuando a viagem no trem do dia seguinte.
ExcluirOlá! Fiquei sabendo da existencia desse lugar maravilhoso pesquisando neste blog para o meu roteiro no México e fiquei encantada. Estou planejando ir de Los Mochis a Creel e fiquei com uma duvida meio idiota, mas como é dificil achar informações em portugues... Então, para voltar de Creel para Los Mochis tem que comprar outra passagem de trem ou é a mesma? Obrigada!
ResponderExcluirCamila, para voltar é outra passagem sim. Outra opção seria seguir até o ponto final, em Chihuahua e de lá pegar um voo para Los Mochis ou Cidade do México.
ExcluirBoa tarde Robson,
ResponderExcluirNa sua viagem a “Barranca del Cobre”, eu reparei que você não foi até chihuahua, retornando de “Posada Barrancas” para Los Mochis. Qual seria o motivo desse retorno? Você acha que não é interessante ou foi falta de tempo mesmo?
Abraços
Newton & Sonia
Oi pessoal. Apesar de boa parte das atrações estar concentrada nesse trecho que percorremos, se tivéssemos tempo sobrando certamente teríamos ido até a última parada.
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