Pilotando na Carretera Austral

VIAGEM DE MOTO À PATAGÔNIA - PARTE 4


A partir da cidade de Chaitén, abandonada após a erupção do vulcão homônimo em maio de 2008, ingressei na lendária Carretera Austral, como é conhecida a Ruta Nacional 7. Esta estrada de 1240 km - a maior parte não pavimentados, foi construída durante o regime militar do General Augusto Pinochet para permitir o desenvolvimento do extremo sul do Chile e integrar diversas comunidades até então isoladas nos confins do país. Por sua história e características peculiares, costuma atrair aventureiros de vária partes do mundo, que desejam conhecê-la e principalmente vivenciar um pouco  da sua história.


Foto 070 – Antes da construção da estrada, o extremo sul do Chile permaneceu praticamente isolado do resto do país. 
Foto 071 – Este isolamento era devido à inexistência de estradas, serviços aéreos ou marítimos, principalmente por causa das dificuldades de acesso apresentadas pelas características geográficas e climáticas da região. 
Foto 072 – Entre as décadas de 50 e 70, aconteceram algumas tentativas mal sucedidas de se criar uma rodovia de acesso à região. No entanto, foi apenas em 1976, durante o governo do General Augusto Pinochet, que o projeto de construção da Carretera Austral foi efetivamente iniciado.
Foto 073 – O projeto da estrada, que avançava rumo aos territórios mais longínquos do Chile, passava a constituir um dos maiores desafios já vistos na construção de rodovias.
Foto 074 – Foi em meio a este contexto que cerca de 10.000 trabalhadores foram incumbidos do desafio de abrir um caminho que se estenderia até próximo dos campos de gelo continentais da Patagônia.
Foto 075 – Mais tarde, durante a construção em si, diversos obstáculos naturais como rios, lagos, fiordes, montanhas, vales e florestas, somados à carência de materiais e ao isolamento geográfico, aumentariam consideravelmente o custo da infra-estrutura necessária.
Foto 076 – Durante um período de mais de 20 anos, centenas de pontes foram construídas e milhões de toneladas de terra e rocha foram removidos às custas de muita dinamite e escavações manuais. Durante os trabalhos, os construtores moravam em acampamentos base montados no meio do mato.
Foto 077 – Os trabalhadores enfrentavam, além do isolamento, condições climáticas severas. Na Patagônia, dentro do período de um ano, isso corresponde a oito meses de temperaturas abaixo de zero e dez meses de chuvas. 
Foto 078 – Muito do que existe hoje foi construído praticamente sem máquinas. Estas só começaram a ser usadas depois que os operários haviam concluído a parte mais difícil do trabalho.
Foto 079 – A estrada permitiu que diversas comunidades, antes isoladas do resto do país, passassem a ter acesso à educação, saúde e eletricidade. Isto possibilitou uma melhora significativa da qualidade de vida dos habitantes locais.
Foto 080 – Com a construção da Carretera Austral e a chegada de novos colonos, começaram a surgir mudanças culturais nos povos da região, além de serem criadas condições para o estabelecimento de novas famílias.

Foto 081 – Existem hoje 32 cidades e vilarejos atendidos pela estrada, beneficiados através da possibilidade de comunicação com o resto do país.
Foto 082 – Após 20 anos de trabalhos e investimentos de mais de 200 milhões de dólares, a construção da Carretera Austral foi finalizada em março de 1996, quando a última parte da rodovia foi concluída. No ano 2000, um trecho adicional de 100 km seria completado, estendendo o Camino Longitudinal até o vilarejo de Villa O’Higgins, atualmente o ponto final desta gigantesca obra de engenharia.

Comentários

  1. Sempre surpreendendo!!!!

    Cris

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  2. Salve Robson!
    Estou de volta à estrada, através dos seus relatos. Tá certo, é uma figura de linguagem, mas que em muito se aproxima da realidade já quea gente viaja junto com você, através da fotos e dos comentários sempre criativos e bem humorados (sem abrir mão de um conteúdo cultural).
    Parabéns por mais essa aventura!
    Forte abraço,
    Velho Tio

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  3. Olá amigo!
    Deliciei-me com tuas fotos, que aventura hein!
    Quando tiveres um tempinho, passa lá no meu blog, que nem fotos tem, mas umas palavrinhas às vezes significativas.
    Um abraço.

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  4. Parabens, belas fotos
    que capturam mais do que belas paisagens
    mas aquilo que sem a qual as mesmas não tem significado,
    a alma humana, dos trabalhadores !!! Parabens

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